Você é escravo do que os especialistas dizem sobre o seu filho?

“Além das ideias de certo e errado, há um campo…

Eu lhe encontrarei lá.”

Jalal ud-Din Rumi

Gosto muito de usar esses versos do poeta Rumi quando penso a respeito da relação entre pais/responsáveis e crianças. É inegável que haja um julgamento de certo e errado, melhor e pior em tudo que se fala sobre criação de filhos. A mídia todos os dias bombardeia os pais e responsáveis com o que acredita ser a melhor forma de educar as crianças e isso muda todo dia. Em uma semana um especialista vai a um programa e fala sobre como é bom deixar que seus filhos façam o que quiserem. Na semana seguinte, outro especialista afirma numa revista que o melhor é simplesmente dizer “Não” para os filhos, sem explicação, outro já diz que a melhor forma é conversar calmamente com a criança, ficando da mesma altura que ela. Muitos pais e responsáveis ficam perdidos no meio desse fogo cruzado. O que fazer então?

A resposta é mais simples do que parece. O que você (como pai/mãe/responsável) acha que é a melhor forma? O que você acha que é certo e o que acha que é errado? Na verdade, toda a questão se resume a isso. Não vejo problema em seguir o que algum médico, psicólogo disse no programa da Fátima Bernardes sobre, por exemplo, como se relacionar melhor com seus filhos, netos, sobrinhos, etc., para mim o problema está em ser escravo do que os especialistas dizem, ou seja, seguir isso cegamente, sem se questionar: “Eu acho isso melhor/pior do que a forma que já venho fazendo?”.

Quando pais, mães e responsáveis pela criança se deixam levar pelo que as revistas, os especialistas, os livros, entre outros, lhes dizem ser a melhor forma de lidar com as crianças acabam ficando restritos às generalizações. É uma outra pessoa que te diz como você deve se comportar no mundo ao invés de você refletir sobre essa escolha e, dessa forma, pode-se acabar vivendo como uma folha ao vento. Passar a refletir mais sobre seu modo de agir pode ser difícil, nesse sentido, a terapia pode te ajudar a começar a se apropriar das suas escolhas através da reflexão sobre o que você acha melhor na hora de lidar com as crianças, caso isso esteja te incomodando.

Portanto, confie mais na sua experiência para escolher se algo se encaixa na criação do seu filho, neto, etc. E quando me refiro à experiência não falo somente sobre o sentido comum dessa palavra, que está geralmente ligado a conhecimento adquirido, também me refiro ao que você, após refletir, sente ser o melhor para você, para a criança. Isso também se encaixa em relação a esse texto se não concorda com tudo ou algo, ignore e faça o que achar melhor, mesmo assim acredito que terei te ajudado a refletir um pouco sobre esse assunto e é isso que realmente importa.

 

Bibliografia utilizada: Tainá Cordeiro Gonçalves (2016). Outras Possibilidades Na Lida Com As Crianças No Contemporâneo. Trabalho de Conclusão de Graduação em Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ, Brasil.

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